Cientistas criam células-tronco sem destruir embrião
10/01/2008 13:44 - extraída do site
Isso foi possível a partir da extração de apenas uma célula do embrião seguindo um procedimento utilizado nas clínicas de fertilização in vitro
Em um avanço que poderia pôr fim ao debate ético sobre o uso de embriões humanos na pesquisa médica, cientistas desenvolveram uma maneira de criar células-tronco embrionárias humanas sem causar danos ao embrião.
Isso foi possível a partir da extração de apenas uma célula do embrião seguindo o procedimento utilizado nas clínicas de fertilização in vitro para a realização de testes de detecção de falhas genéticas.
Uma vez extraída a célula, inseriram uma simples molécula, denominada laminina, de maneira que esta preservasse a pluripotência* que caracteriza as células-tronco embrionárias.
O desenvolvimento do embrião não foi afetado pelo procedimento e pôde se desenvolver normalmente, segundo o estudo divulgado pela revista americana Cell Stem Cell.
A nova técnica promete, assim, acelerar as possíveis aplicações clínicas de terapias com células-tronco para uma ampla variedade de doenças.
Estas células pluripotentes têm a capacidade de se converter em qualquer tecido do organismo e oferecem, por isso, a esperança de cura para várias doenças atualmente incuráveis, além da possibilidade de reparar órgãos destruídos por um câncer ou um acidente.
Células-Tronco produzidas através de células de pele humana
Duas equipes de cientistas superaram recentemente este problema ao conseguirem transformar células de pele humanas
As
As células da pele, contudo, ainda não estão prontas para um uso clínico porque o processo de transformação introduz alterações genéticas e vírus potencialmente mortíferos.
Isso significa que as células-tronco embrionárias, que não possuem o mesmo risco de mutação, são atualmente a única opção para aplicações terapêuticas, afirmou Trounson.
"Também vai haver muita gente interessada nas células-tronco embrionárias porque são de qualidade de ouro", disse à AFP, explicando que as células-tronco derivadas da pele ainda não foram completamente estudadas.
O cientista pioneiro em células-tronco, Robert Lanza, conta que a nova técnica que ajudou a desenvolver para preservar o embrião, incentivará as autoridades americanas a liberarem fundos para investigar novas linhas de células-tronco embrionárias.
O presidente americano George W. Bush proibiu em 2001, em nome da proteção da vida desde a concepção, o uso de verbas federais em pesquisas com novas séries de células-tronco embrionárias humanas.
Em outros países a pesquisa com células-tronco foi proibida por preocupações éticas.
"Nos próximos meses, poderíamos fazer tantas células destas quanto quiséssemos", disse Lanza, pesquisador da Advanced Cell Technology.
"Elas são utilizáveis (as células-tronco derivadas da pele). Não estão geneticamente modificadas. Estão aqui", destacou.
Um dos principais opositores à pesquisa com células-tronco, no entanto, estimou que o método de Lanza - "apesar de moralmente plausível" - "ainda não traz uma solução ética".
"Qualquer procedimento que ponha em risco a saúde e a vida de um embrião humano para propósitos que não beneficiem diretamente ao embrião é moralmente inaceitável", opinou o pastor Tadeusz Pacholczyk, diretor da educação do National Catholic Bioethics Center.
AFP
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